Por que a escravidão acabou?
Êxodo rural
Um trabalhador a mais em uma fazenda sempre é útil. Também
há um custo menor, pois ele se alimenta do que produz, sendo necessário menos
dinheiro. Porém, cada vez mais a população foi se tornando menos rural, então o
custo de um escravo foi se tornando cada vez mais alto e o seu uso cada vez menor.
Consciência moral da época
Em 1781 foi jogado ao mar um terço da carga de um navio e
feito o pedido do pagamento do seguro. A
carga era 133 escravos africanos. Os que foram jogados estavam doentes e se
morressem no navio não haveria ressarcimento. Como a morte por afogamento
sempre é considerada um crueldade excessiva, o caso deixou os ingleses
chocados. Afinal, eles foram mortos para ganharem o dinheiro do seguro. Logo após isso houve uma campanha no parlamento inglês para que o tráfico de
escravos fosse proibido.
Revolução industrial
Um escravo era um alto investimento, custando o equivalente
a quatro cavalos. Só seria justificado se fosse usado por um longo período, ou seria mais vantajoso o aluguel. Por conta disso, muitos no Brasil Império
viviam do aluguel de seus escravos pelos período de horas ou até de um dia
inteiro. Com mais máquinas em indústrias, se tornou necessário cada vez menos
mão de obra. E, com o fato de ela estar constantemente mudando, não era
financeiramente viável a compra de um escravo. O trabalhador contratado poderia
facilmente ser demitido quando não fosse mais necessário, mas o escravo teria
que ainda assim ser mantido. Depois passou a ser necessária mais especialização
na indústria, e se o serviço de um profissional competente é caro, deixar
máquinas caríssimas usadas por alguém sem treinamento serem quebradas é um
custo maior ainda.
Hoje há mais escravos no mundo do que no Brasil Império. A
Mauritânia possuía em 2013 cerca de 150 mil deles, cerca de 4% da sua população
segundo a ONG Walk Free . O preço de um escravo na Líbia hoje é de 400 euros
(cerca de 2.500 reais ), mas as escravas tem um preço maior por conta de
sofrerem abuso sexual. Muitos deles pagaram para ter ajuda para fugir até a
Europa e por conta de terem dívidas ou por oportunismo de quem os levaria até
lá, são vendidos depois em mercados de escravos. A maior parte dos escravos do
mundo está na África e Ásia, mas não só lá. Muitos casos são relatados de
mulheres que são forçadas a se prostituir e não fogem por terem excessiva
vigilância ou não saberem falar o idioma do país em que estão e de soldados
meninos forçados a guerrear. Casos assim acontecem inclusive em países ricos. Segundo essa mesma ONG, o Brasil é um dos três únicos países do mundo a implantar leis trabalhistas contra trabalho análogo a escravidão. Os outros dois são Estados Unidos e Austrália.
Mais questões sobre escravidão aqui.
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Muito bom! Infelizmente, o quadro da escravidão permanece...
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