O nióbio realmente pode fazer do Brasil um país de primeiro mundo?

Várias vezes foi noticiado que o Brasil era a maior reserva e o maior produtor mundial de nióbio. Foi também dito que se ele representaria um valor de mercado maior do que o petróleo nacional. Isso é real?

O nióbio aumenta a resistência do aço. É utilizado principalmente em de colunas para prédios. Também é utilizado em supercondutores, soldas, indústria eletrônica e produção de joias. Como o nióbio é um material antialérgico, pode estar também em marca-passos. Nos óculos pode aumentar a refração das suas lentes, o que muda o grau. Como se vê, o nióbio tem vários usos.

O Brasil tem 75% da produção mundial, com 70 mil toneladas por ano. É o terceiro mineral mais exportado do país, com ferro em primeiro e ouro na sequência. O Brasil também foi o primeiro pais do mundo a produzi-lo, e a extração é 100% nacional. O Brasil concentra 98% das reservas conhecidas de nióbio no mundo com  842,46 milhões de toneladas.

Demanda mundial

Baixa. Se fossem feita novas explorações das utilizadas, a demanda mundial seria facilmente suprida e o Brasil não conseguiria sequer pagar o valor do investimento. As minas já abertas conseguem suprir 400 vezes a demanda anual do mundo. E, ainda há meios de se trocar o nióbio por outros materiais, como o molibdênio e tungstênio. Como a Rússia é o maior produtor mundial de tungstênio não existe nenhuma importação do nióbio brasileiro para russos.

Apenas meio quilo de nióbio é utilizado em uma tonelada de aço. Aumentar a demanda é algo impossível. E, diminuir a oferta faria com que outros países invistam mais em outros metais semelhantes ou procurem escavar suas próprias minas. O quilo de nióbio é 40 dólares. O grama de ouro é 42. Então, apesar de seu grande uso em indústrias, a possibilidade do Brasil enriquecer com ele é mínima. É possível aumentar o percentual de royalties que se cobra das mineradoras, porém mesmo assim não seria uma variação muito grande para o Brasil. O nióbio é o único mineral em que o Brasil é o líder mundial de produção.

Fonte da imagem: Superinteressante