Petróleo. Pra que serve? Como sai da terra? Podemos fazer no laboratório?


A teoria mais aceita do surgimento do petróleo diz que os dinossauros foram soterrados e com o tempo, pressão e calor seus corpos se tornaram petróleo. Com o passar dos milhões de anos, esse óleo foi se alojando em locais porosos em volta de pedras impermeáveis. Por isso não é em todo local que se acha petróleo. Precisa haver muitos dinossauros mortos no mesmo local e também que acha a pressão certa e as rochas certas para haver a transformação. Ao contrário do que parece pelo nome, nem sempre o petróleo é preto. Em muitos casos é incolor, castanho ou até verde. O nome vem de pedra, não de preto, significando óleo de pedra.  Então não podemos fazer em laboratório. Pelo menos por enquanto. Outras teorias sugerem que o petróleo não veio dos dinossauros, mas surge naturalmente no manto da terra e "sobe" naturalmente. Sendo assim, ele pode ser refeito constantemente e é bem mais abundante do que pensamos. Se for assim, não seria necessário sequer o esforço para os laboratórios criarem mais petróleo.

Temos a tendência a pensar que petróleo serve apenas como combustível. Porém serve para uma infinidade de produtos. A Bíblia diz que betume, um tipo de petróleo, foi utilizado para vedar a arca de Noé. Chicletes, plásticos, asfalto, solventes, querosene, lubrificantes, cosméticos, remédios, vaselina e gás de cozinha, aspirinas. roupas, borracha sintética e muitos outros produtos vêm do petróleo. A indústria petroquímica é muito grande e antiga. No século XII já havia produção comercial no Azerbaijão e os romanos usavam em flechas incendiárias, que não apagavam com água, apenas jogando areia. Ironicamente era conhecido como fogo grego, usado por italianos com material árabe.

Petróleo. Fonte da imagem: A gazeta

Não é fácil tirar o petróleo do mar, como parece ser quando anunciam a descoberta de uma nova jazida. Uma demonstração da sua dificuldade pode ser feita misturando água do mar, graxa, lubrificante de motores de carro ou moto, gasolina e querosene num balde. Coloque a mistura numa esponja e a esponja dentro de um tijolo. Tente quebrar com uma vareta de metal. Basicamente é isso. O petróleo parece com essa mistura, a esponja representa o ponto poroso em que está no mar (geralmente areia,) o tijolo representa as rochas impermeáveis que não permitem que o petróleo saia. A vareta de metal as brocas, que são finas e de fato são feitas de metal, mas com diamantes na ponta. E aí, ficou fácil? Agora imagine que além disso, há um gás que sai antes do petróleo, que é tão inflamável quanto ele. E que conforme o petróleo sai entra água no local em que ele estava antes. Mais difícil ainda não é? A extração é tão complicada que muitos poços são explorados apenas até a metade. Pesquisas estão sendo feitas para aproveitarmos mais dele e do gás natural que sempre o acompanha. Não é preciso falar o potencial financeiro e ecológico disso. 

O Brasil em 2017 foi o 9º maior produtor mundial, em lista encabeçada pelos Estados Unidos. Apesar disso, eles não são autossuficientes. O principal exportador é a Arábia Saudita, seguido pela Rússia. São também o segundo e terceiro maiores produtores mundiais. As maiores reservas de petróleo do mundo estão na Venezuela e entre o segundo e o décimo segundo estão nove países da liga árabe. O Brasil possui a 13ª maior reserva. Mas temos uma desvantagem. A qualidade do petróleo é muito importante.

Temperaturas para obtenção dos petroquímicos.
Fonte: UOL

A liga árabe possui um petróleo mais leve que a média brasileira. Isso facilita muito a qualidade da gasolina e a facilidade do refino. Basicamente o refino de petróleo acontece com o aquecimento do óleo bruto. O que causa alteração no peso do petróleo bruto é a quantidade média de carbono por molécula. Quanto menos, mais leve. O refino faz com que aquele grupo específico seja separado e quanto menos carbonos, mais rápido ele evapora e quanto mais leve o produto desejado, menor a temperatura para surgir na evaporação do óleo. Como o refino não é perfeito, substâncias indesejadas surgem como subproduto da produção de algo. No final do século XIX as lâmpadas públicas eram à querosene. A gasolina era apenas um solvente de baixo nível sem utilidade até os carros serem mais comuns e muitas vezes era descartada, pois não sabiam o que fazer com o subproduto da então valiosíssima querosene . Uma parte do óleo bruto nunca evapora e é utilizada como asfalto. 

O petróleo está muito envolvido com nosso cotidiano o modo como vivemos hoje seria muito diferente. Por mais que se pense em nos livrarmos da gasolina e diesel com os carros elétricos, há mais coisas a se analisar. Imagine sua vida sem gás de cozinha, sem motores elétricos (lubrificados com óleos minerais) e sem plásticos. Tudo impossível sem o petróleo.

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