E se ficássemos um dia sem internet?
-Fujam para as montanhas.
-O sinal lá é melhor?
É na internet que tiramos nossas dúvidas, onde fazemos nossas transações financeiras e para a maioria das pessoas é por onde conversam. Um brasileiro médio passa 9 minutos por dia com o filho, mas 2:30 nas redes sociais. Com o hábito, e para muitos vício, de sempre recorrer a ela, haveria até dificuldade em usar as alternativas.
Um dos primeiros medos seria de terrorismo ou guerra tecnológica. A internet mundial não cai porque há muitos servidores espalhados pelo mundo. Há em países pró e contra Estados Unidos. Alguns estão no Ártico, para gastar menos com resfriamento. Se toda a internet acabasse, haveria logo a suspeita de que um dos lados fez ciberterrorismo contra o outro. Ou, que derrubou a rede para garantir mais facilmente um ataque bem sucedido. Parece coisa de filme? Bem, por que não? Todos os filmes do James Bond envolvem espionagem e o medo de uma guerra por conta de falhas na comunicação. O conhecimento, ou a falta dele já fez muita diferença em várias guerras. A Alemanha perdeu a Primeira Guerra Mundial em parte por sabotagem do alto escalão militar.
Quando fosse confirmada a falha, ficaria a questão, quanto tempo duraria? Imaginando que durasse apenas um dia, logo tudo voltaria ao normal. Ou quase. Haveria uma onda de mortes ao redor do mundo. Muitos semáforos funcionam conectados à internet, com sensores e rede inteligente. O GPS de muitos estragaria. Hospitais teriam dificuldades em receber os exames, as liberações para cirurgia e até órgãos para transplante. As dúvidas que muitos tiram de dosagens de remédios permaneceriam. Além de muitos suicídios.
Parece exagero dizer que internet causaria suicídios, mas na verdade seria a falta de comunicação que causaria isso. Boa parte dos que se matam dão sinais antes e pedem auxílio. Sem ter contato com os outros, a chance de se matarem aumenta. Suicídios diminuem muito em períodos de Copa do Mundo e Olimpíadas, porque pessoas se sentem parte de um grupo. Além da questão da ansiedade. Não saber quando algo acontece causa muito estresse. Mas, se soubéssemos quando ocorreria um assalto, poderíamos andar tranquilos na maior parte do tempo.
Haveria a opção de ligações e visitas pessoais, mas sair de casa é algo difícil para quem está deprimido a ponto de se matar. E há um número máximo de ligações que podem ser feitas ao mesmo tempo por celulares. Os mais recentes são quad band porque podem se conectar em quatro frequências diferentes, pulando de uma para outra conforme as antenas das operadoras estão cheias. Mas, em dias como Natal e dos Namorados, em muitos locais as redes não funcionam para todos.
A pirâmide das necessidades. Fonte: Wikipedia |
A busca por informações aconteceria como nos anos 90, por meio da televisão. Não nos jornais, que só saem uma vez por dia e não alcançam muitos locais. O rádio não tem o mesmo alcance nacional, já que muitas cidades tem as emissoras locais e basicamente só. A televisão aumentaria sua audiência e ficaria com mais credibilidade.Já em 1984, durante as campanhas de Diretas Já, havia pessoas cantando, "o povo não é bobo, fora Rede Globo". Alguns comícios foram colocados como nota de rodapé, ou ignorados. Apesar disso, ainda hoje a televisão é notícia e fonte de informação para a maioria dos brasileiros. Apenas um em cada 40 brasileiros não tem TV, contra um quinto que não possui internet em casa. Além de muitos usarem a internet para ver televisão. Além do streaming das operadoras, há os sinais pirateados. A Fazenda e o BBB foram capas de muitos jornais. A demissão de atores globais também são muito noticiados. Além do hábito de novelas e jogos, que são bem menos interessantes quando não são ao vivo. O ponto, a televisão ainda é muito presente na vida do brasileiro, apesar de estar com quedas na audiência.
Financeiramente, haveria também problemas sérios. Todos os bancos precisam da internet para funcionar. Sem ela, todos os dados teriam que ser calculados a mão. Quer um extrato mensal, espere algumas horas. Um saque? Espere também, porque precisaremos calcular seu saldo antes disso e registrar. Nada de transferência online ou aplicativo, nem caixas automáticos. Porém, alguns cartões de crédito funcionariam, já que eles podem ser operados por telefone.
Agora parece uma invenção mais importante do que só o meio de ver fotos não é?
Comentários
Enviar um comentário